segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Turismo ??? No Rio ???


O Rio ainda precisa evoluir muito em relação a tratamento de turistas.

O que temos sobrando de beleza natural se contrapõe com absurdos que tornam essa, uma cidade péssima para se fazer turismo.

Infelizmente, casos como o contado pela Cora Ronái no Globo são corriqueiros ...

Como sou frequentador da Igreja de São Judas Tadeu, ali em frente à estação, vejo de perto essas quadrilhas agindo e me revolto.

Mas os “puliça” ficam de olho e defendem o marginais, então não dá pra reclamar de nada pq senão eles te prendem, principalmente se vc não tiver uns R$ 2,00 (ou qquer moedinha ou esmola) para que eles te liberem. (rs)

Alguns aceitam até ticket ...

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22.7.10

Cristo, que horror!

E aí resolvemos ir ao Corcovado, para conferir a sétima maravilha do mundo.

Graças ao descaso das autoridades, o que era para ser um singelo programa em família virou aventura radical, em que os turistas são atazanados e intimidados, e tornam-se reféns de bandidos assim que se aproximam da estação do trem.

Se estiverem de carro, os flanelinhas vêm buscá-los a laço; se vierem de taxi, serão vítimas de enxames de vendedores de bilhetes de van.

Estávamos de carro, e fomos capturados por um marginal que exigiu R$ 20 para “olhar o carro”. Reclamamos.-- Nós somos quarenta pessoas da comunidade, e temos que fechar o caixa.Que caixa? Em quanto? E como? E por ordem de quem?-- Nós somos quarenta pessoas, vinte nessa rua e vinte na outra. Se pagar, ninguém vai encostar no seu carro.Diante de argumento tão convincente, deixamos R$ 15 na mão do meliante, raciocinando que ainda saía mais barato isso do que, na melhor das hipóteses, ter que trocar um pneu cortado.

É um raciocínio de perdedor, de cidadão que abriu mão da posse da sua cidade, mas é a ele que o governo nos empurra quando deixa de policiar um dos pontos turísticos mais famosos do mundo.Não há como fugir dos canalhas do Corcovado, já que a operação correta do trem aparentemente não interessa a ninguém.

Chegamos à bilheteria antes das 15h, mas só havia ingressos disponíveis para a viagem das 17h40.
Não havia nenhum estande de informações turísticas visível, nenhum cartaz, nenhuma pessoa decente para orientar quem quisesse ver o Cristo antes do pôr-do-sol.

Tentamos obter informações na lojinha de souvenirs:-- Carro só pode ir até as Paineiras, tem uma fila para o estacionamento e pode ser assaltado.
Melhor ir de van.

A máfia cerca os turistas. Seus membros usam camisas pólo verde-claras e usam crachás, como se pertencessem a alguma entidade oficial.

Cobram R$ 45 por pessoa, mas esclarecem que o ingresso está incluído no preço.

Que ingresso?

- Para o Cristo. Custa R$ 24,20 lá em cima, mas na minha mão vocês só pagam R$ 20.

E os R$ 45?

- Então: R$ 20 pelo ingresso, R$ 25 pela van, R$ 45.

O bilhete para a Torre Eiffel, em Paris, custa seis euros, e é vendido sem problemas numa bilheteria civilizada. O bilhete para o Taj Mahal custa o equivalente a R$ 35 para estrangeiros, e dá direito a garrafinha de água. Indianos pagam menos de um real.

Antes de sairmos, o motorista esperou alguns minutos para encaixar dois passageiros a mais num espaço que mal dava para quem já estava sentado.

De repente apareceu uma viatura policial, e ele ficou nervoso:

- Aquele guarda não tá com a gente? – exclamou para o comparsa, do lado de fora. – Como é que pode, tá chamando o reboque! Tem mais dois passageiros aí?

- Cara, não tem. Vaza logo, não viu que o guarda taí? Tá louco!

Foi essa fina companhia que nos levou até as Paineiras.

De lá até o Cristo, tivemos que entrar em outra fila para uma segunda van, menos facinorosa, mas, àquela altura, igualmente suspeita.

Sinceramente? Tenho muita pena dos viajantes iludidos que acham que o Rio é um bom lugar para fazer turismo.

Se o principal cartão postal da cidade está assim, o que se pode esperar do resto?

(O Globo, Segundo Caderno, 22.7.2010)
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Em ano de eleições, é sempre bom pensarmos antes de votar, no que estão fazendo com a nossa CIDADE MARAVILHOSA ...

PAZ,

F.

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